O espetáculo começa com o ator interpretando um texto trágico da obra de Shakespeare. Em seguida, com bom humor, ele inicia a conversa com os espectadores querendo saber o significado de vilania e quem seriam os verdadeiros vilões da humanidade. Com certa timidez, as pessoas se soltam e citam personagens que fizeram e ainda fazem mal à sociedade (além de vultos da história, como Hitler, Fidel ou Mussolini, há outros mais recentes, inclusive da política atual). Em seguida, com a ajuda de um telão em que nomes e imagens são projetados, começa a contextualizar as peças de Shakespeare e as cenas em que o vilão demonstra toda a sua crueldade e baixeza. E aí, ele interpreta pequenas cenas do vilão. Dentre os vilões de Shakespeare, a peça destaca alguns, como Ricardo III, Coriolano, Iago, Hamlet e Oberon. Além de comentar e analisar o contexto em que estes vilões atuam, a trama procura investigar o que estes personagens têm que atraem tanto o público.
“É muito interessante para um ator representar vilões. É neles que estão os arquétipos, o dissimulado, o tirano, o vingativo. Essa colcha de retalhos é genial e Shakespeare, por meio de seus personagens, mostra causa, motivo e justificativa para que possamos compartilhar uma jornada psicológica, ao invés de simplesmente condenar a maldade”. Marcelo Serrado